Como a pandemia afetou a saúde mental do professor?

4 de agosto de 2020


A pandemia do coronavírus impactou imensamente a vida dos educadores, que precisaram se adaptar às pressas a estrutura do ensino remoto e a novas dificuldades nas dinâmicas de trabalho. Com demandas as quais não estavam acostumados a lidar e a realidade do mundo sobre o efeito da doença afetando suas vidas pessoais e emocionais, pensar na saúde mental do professor é essencial para o bem-estar desses profissionais. Consequentemente, para a qualidade do ensino daqui para frente.

Diante desse cenário, o Instituto Península elaborou a pesquisa “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil”, justamente, com o objetivo de entender os desdobramentos para os educadores do país.

Depois de escutar mais de 7 mil professores das redes municipais, estaduais e particulares, da Educação Infantil ao Ensino Médio, via questionário e por meio de entrevistas diretas, a pesquisa obteve resultados em duas etapas.

Dados e percepção da saúde mental do professor

A primeira etapa da pesquisa, feita em maio, apontou que os professores estavam apreensivos com a própria saúde e de seus familiares. Mas também buscaram estudar, mantendo-se culturalmente ativos. Mais de 90% demonstrou estar muito ou totalmente preocupado com a pandemia e que já era possível notar os efeitos dessa apreensão em sua saúde mental, afirmando que o suporte e apoio psicológico seriam fundamentais.

Com relação às suas responsabilidades, 75% tinha o anseio de receber informações, cursos e aprimoramentos profissionais de forma coordenada e assertiva, mas com menor frequência. Para que pudessem se preparar melhor para as novas rotinas de aulas remotas.

Na segunda etapa, concluída em junho, 83,4% dos professores brasileiros afirmaram ainda se sentirem nada ou pouco preparados para o ensino online.  Da mesma forma, quase 50% disse estar preocupado com a sua saúde mental.

As preocupações rotineiras foram intensificadas e, para os que lidam com estudantes em situação de vulnerabilidade, há um medo a mais por aqueles jovens com quem o profissional, inevitavelmente, tem vínculos.

Os docentes afirmaram estar apreensivos não só com o andamento da aprendizagem, mas também com a merenda, segurança e integridade física da sua turma. Segundo a pesquisa, 75% dos professores disseram não ter recebido suporte emocional e em casos críticos como morte de entes queridos, ninguém tratou esta questão.

Propagação da saúde mental na escola

Olhando para esses dados, sua instituição tem se preocupado com a saúde mental do professor durante a pandemia? Eles estão sendo acolhidos? Há planos para o volta às aulas presenciais, pensados na reabilitação do profissional?

Está clara a necessidade de uma postura que trate os desafios dos educadores e acolha seus anseios. Assim como a promoção do diálogo e de uma educação emocional junto aos gestores e liderança da escola.

Para que o professor seja capaz de cuidar, ele deve se sentir assistido. Uma ideia é criar um espaço, desde já, online e que seja seguro, livre de julgamentos, para que os educadores possam compartilhar os anseios que têm vivido. Propagando, assim, a proteção individual e coletiva da saúde mental na escola.

Educação sentimental

Todas as novidades trouxeram pressões a todos os profissionais envolvidos na educação. Trabalhar essas questões capacitando a equipe não só para lidar com as ferramentas digitais e as suas novas demandas, mas também para uma educação sentimental, pode fazer toda a diferença.

Crie grupos de apoio entre professores, gestores, pais, estudantes e os demais educadores. Promova, assim, a comunicação. E, o mais importante, a escola não deve hesitar em promover o bem-estar mental do professor, dos alunos e de seus familiares. Inclusive, viabilizando parcerias e suportes com profissionais capacitados da psicologia e psiquiatria.

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