Espectro autista: como ter uma sala de aula inclusiva?

31 de agosto de 2021


Não existe receita mágica para ensinar qualquer estudante de forma individual ou em grupo, mas existem algumas diretrizes que podem ser úteis para apoiar crianças que precisam de um pouco mais de atenção. Nessa lista estão os estudantes com autismo, que podem ter necessidades únicas de aprendizagem, socialização e comunicação. Para criar um ambiente acolhedor a eles e fomentar uma sala de aula inclusiva, os professores precisam de estratégias para abordar cada uma dessas áreas. 

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Como trabalhar com crianças autistas? 

A resposta inicial é mais simples do que você imagina: inclua. Para que os estudantes com autismo aprendam, socializem e se comuniquem, eles precisam estar em uma sala de aula inclusiva, para ver e ouvir como seus colegas falam e agem. Da mesma forma, para prover suporte, os professores precisam ver o aluno agindo nas dinâmicas do dia a dia para saber que tipo de suporte será necessário. Conhecer a sua turma sempre é um bom caminho.

Por isso, aos professores que desejam saber mais sobre seus alunos com autismo, que tal pedir informações às próprias crianças? Para não pressioná-las e respeitar a predisposição ou a falta de predisposição para esse contato, há muitas formas de conhecer o seu aluno: você pode, por exemplo, pedir a ele para preparar um trabalho, projeto ou redação sobre si. Pode também pedir dicas de como melhorar o ensino para ajudar crianças com diferenças de aprendizagem e basear suas abordagens nas respostas vindas daí. Se a criança não conseguir se comunicar, peça ajuda às famílias, mas não perca a oportunidade de saber quem é essa criança. 

Isso te dará base, por exemplo, para que sempre que for possível, usar interesses, pontos fortes, habilidades e dons de cada um como ferramentas de ensino, assim como dar escolhas aos estudantes. Na sala de aula inclusiva, a escolha não apenas cria um sentimento de controle sobre suas próprias vidas, como traz a oportunidade de aprender mais sobre si mesmos como estudantes. 

Crie uma sala de aula inclusiva e confortável

Alguns alunos com autismo lutam com as transições. Alguns sentem-se desconfortáveis ​​ao mudar de ambiente ou passar de uma atividade para outra. A mudança pode ser extremamente difícil, causando estresse e sensação de desorientação. Os professores podem ajudar a atenuar essa sensação ao fazer transições mais suaves. Uma sugestão é usar um relógio para cronometrar o tempo das tarefas e deixá-lo bem visível, para que todos possam gerenciar o tempo sozinhos durante a atividade. Dar lembretes para toda a classe antes de qualquer transição é outra forma de tornar a mudança mais tranquila.

Às vezes, os alunos não têm sucesso porque se sentem desconfortáveis ​​ou inseguros e até com medo. Fornecer uma sala de aula inclusiva é também trabalhar para ter um ambiente de aprendizagem apropriado. Os estudantes com autismo estarão mais preparados para aprender em locais onde possam relaxar e se sentir seguros. As ideias para tornar a sala mais aprazível incluem oferecer opções confortáveis de cadeiras e mesas, reduzir a luz direta quando possível e minimizar ruídos que distraem.

O importante é entender que a educação inclusiva pressupõe que crianças com necessidades especiais fazem parte do fluxo regular e devem ser tratadas como tal.

Revista Arco 43

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