Leitura na escola: conteúdo sob medida pode ajudar a desenvolver o hábito

28 de janeiro de 2021


“A literatura é sempre uma expedição à verdade”. A frase de Franz Kafka nos lembra do poder que só essa arte tem de apresentar novas realidades. Ela forma, molda e encaminha. Mas gostar de ler não é um hábito tão simples de se adquirir, e para algumas pessoas é um objetivo distante. Para se ter uma ideia, o Brasil perdeu nos últimos quatro anos mais de 4,6 milhões de leitores, segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem foi de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos de idade que não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, representavam 48% da população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros. 

Um dos fatores que influencia o hábito de leitura, de acordo com o estudo, é o incentivo de outras pessoas. Um a cada três entrevistados, o equivalente a 34%, disse que alguém os estimulou a gostar de ler. Os professores apareceram em primeiro lugar, apontados por 11%. É por um cenário como esse, que a leitura na escola ganha contornos especiais. Entretanto, carece de novas perspectivas e abordagens.

Quando trabalhamos com os grandes clássicos, há sempre uma preocupação em contextualizar as informações sobre a vida e a época do autor, da sociedade em que ele trabalhava e as fontes nas quais se baseava para criar. Tudo isso colabora com o entendimento da obra e dos movimentos que a comportam. Agora, se considerarmos que as discussões que são centradas nas experiências dos estudantes geram mais conexões e os ajudam a internalizar conceitos, por que não ampliar o leque de estudos literários e aderir também a obras contemporâneas que abordam questões mais identificáveis a eles? 

Longe de achar que a literatura clássica é difícil demais para os estudantes e não incentiva o gostar de ler, aliás, isso é subestimar a capacidade de entendimento dos jovens, a questão é ampliar as formas de trabalho, por exemplo, utilizando uma obra que converse com o dia a dia deles, aliada às discussões machadianas… por que não? A leitura na escola pode afirmar quem é essa geração de jovens e os desafios que enfrentam. Quando dividimos livros com eles, podemos capacitá-los a encontrar e compartilhar suas vozes.

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Leitura na escola

Para a maioria das pessoas em todo o mundo, o primeiro encontro sério com a literatura acontece na escola. A literatura permite que uma pessoa volte no tempo e aprenda sobre a vida daqueles que caminharam antes de nós. Este é o poder que as palavras têm: a grande capacidade de criar um significado, reformar uma nação e criar movimentos, sendo completamente eternos. Mas, de certa forma, essa não é apenas uma porta de entrada para o passado, é também para o nosso presente e futuro. Cada indivíduo é produto de seu próprio tempo, aliando essa percepção à grande capacidade que todos têm de sentir temas e mensagens para produzir novas maneiras de pensar, tornar a literatura recipiente para os jovens é um bom caminho de trabalho com a leitura na escola.

Que tal escolher livros para ajudar os estudantes naqueles que podem ser os momentos mais difíceis de suas vidas ou mesmo para entender a luta que os outros enfrentam e qual é papel de cada um nela? Para ambas abordagens, a Editora do Brasil tem um amplo catálogo de obras. Entre elas, destacamos aqui Layla, A Menina Síria e Olhar De Frente. Em ambas as obras, encontramos temáticas contemporâneas, tratadas com a sensibilidade e o respeito necessários para conversarem com os jovens.

Layla, A Menina Síria

Layla nasceu em Alepo, maior cidade da Síria. Com sua família, deixou seu país por causa da guerra e veio ao Brasil. No livro, a protagonista compartilha suas memórias de um mundo completamente diferente, com outros cheiros, sabores, cores e dores. Essa é a premissa de Layla, A Menina Síria, primeiro livro da Coleção Mundo Sem Fronteiras, de autoria da jornalista e escritora Cassiana Pizaia, da psicóloga especializada em Psicologia Clínica, Rima Awada, e da bibliotecária especialista em Educação, Rosi Vilas Boas. Layla é uma personagem fictícia, porém baseada em relatos reais de refugiados sírios no Brasil, coletados pelas autoras durante os extensos trabalhos de pesquisa para composição da obra.

E trazer esse tema tão complexo e importante para a literatura se faz necessário por inúmeros motivos. Assim, um dos objetivos da obra é levar a compreensão sobre a nossa própria população, historicamente formada por imigrantes. Sem mencionar que histórias como as contadas no livro ajudam os jovens a se relacionar com essas pessoas, a entender como somos parecidos e como podemos conviver. 

Olhar De Frente

Já em Olhar De Frente os estudantes têm a chance de conhecer Beto, um adolescente comum, que vai à escola e está apaixonado; Vladmir, um senhor rabugento, que está sempre se lamentando por ser cego; e Sebastião, um catador de material reciclável, que vive espalhando sua alegria, mesmo a quem não é tão receptivo. Três gerações, três vidas completamente diferentes, como elas podem se cruzar? Cada um desses personagens, na busca pela superação de seus conflitos, vai mostrar ao leitor uma nova maneira de ver o mundo – mais humana, e cheia de possibilidades.

As discussões pela leitura na escola dessa obra trazem a interdisciplinaridade como um elemento a mais. Em união, é possível trabalhar as visões entre Língua Portuguesa e História pela temática “acessibilidade para todos”. A ideia é trazer a percepção dos estudantes para o poder da população na garantia das condições de acessibilidade para a pessoa com deficiência. Ainda assim, as possibilidades são diversas e podem ser inseridas em variados contextos, sempre buscando envolver os jovens, tanto no debate, troca de ideia, quanto no trabalho de fomentar um hábito de leitura.

Procurando obras em que você possa confiar para iniciar uma discussão sobre temas da atualidade? Confira mais livros na estante da Editora do Brasil!

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