Entenda mais sobre o conceito de inteligências múltiplas e como aplicar na prática

6 de outubro de 2020


Para Howard Gardner, que desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas em meados de 1983, todos os indivíduos possuem um conjunto de capacidades, talentos ou habilidades. Esse conjunto é chamado de inteligência, porém, ela se dá em diferentes graus e possui oito tipos: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista.

Antecipadamente, vale esclarecer que todo mundo tem todos os oito tipos de inteligência em vários níveis de aptidão. Talvez, até ainda mais inteligências que ainda não foram descobertas. Seja como for, para trabalhar com as inteligências múltiplas é necessário entender que as experiências de aprendizagem não precisam se relacionar apenas com a área de inteligência mais forte de uma pessoa. 

Por exemplo, se alguém tem habilidade para aprender novos idiomas, não significa necessariamente que prefira aprender por meio de palestras. Alguém com habilidades espaciais, como um artista, pode aprender muito usando rimas para lembrar informações. A aprendizagem é fluida e complexa, contudo, é importante não rotular os estudantes como pertencentes a um tipo de inteligência. O próprio Gardner dizia que quando alguém tem um entendimento completo de um tópico, normalmente pode pensar nele de várias maneiras.

Quais são as inteligências múltiplas? 

É bom lembrar que todas funcionam relativamente independentes, porém, raramente isoladamente.

  • A inteligência verbal-linguística se refere à capacidade do indivíduo de analisar informações e produzir trabalhos que envolvam linguagem oral e escrita, bem como discursos, livros e e-mails.
  • Ao passo que a inteligência lógico-matemática descreve a capacidade de desenvolver equações e provas, fazer cálculos e resolver problemas abstratos.

  • Já a inteligência visual-espacial permite que as pessoas compreendam mapas e outros tipos de informações gráficas.
  • Assim como a inteligência musical permite que os indivíduos produzam e entendam diferentes tipos de som.
  • A inteligência corporal-cinestésica envolve o uso do próprio corpo para criar produtos ou resolver problemas.
  • A inteligência interpessoal reflete a capacidade de reconhecer e compreender o humor, desejos, motivações e intenções de outras pessoas.
  • Em contrapartida, a inteligência intrapessoal se refere à capacidade das pessoas de reconhecer e avaliar as mesmas características dentro de si mesmas.
  • Por fim, a inteligência naturalista remete à capacidade de identificar e distinguir diferentes tipos de plantas, animais e formações climáticas encontradas no mundo natural.

Inteligências múltiplas na sala de aula

Muitos educadores tiveram a experiência de não conseguir atingir alguns jovens até apresentar as informações de uma forma diferente. Por exemplo, em uma aula de redação, há sempre um estudante que não consegue escrever um texto dissertativo-argumentativo, quando o docente dá a opção de criar uma história em quadrinhos, para a surpresa do próprio estudante, sai-se muito bem na atividade. 

É por causa de experiências como essa, que a teoria das inteligências múltiplas anima muitos educadores. Afinal, pensar uma abordagem única para a educação invariavelmente deixará alguns estudantes para trás. 

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Por onde começar?

Separamos algumas indicações de onde inserir o trabalho com cada uma das áreas, mas é importante se sentir à vontade para combinar as inteligências múltiplas em áreas e atividades compartilhadas.

  • Inteligência verbal-linguística: as atividades podem envolver leitura, escrita, assim como a prática de discursos.
  • Inteligência lógico-matemática: para trabalhá-la, utilize momentos para experimentos científicos e cálculos matemáticos, com outros materiais como tabelas e gráficos para permitir atividades de raciocínio.
  • Inteligência visual-espacial: vá para áreas abertas e possibilite a turma manipular objetos, construir coisas, criar obras de arte. Essa inteligência conversa diretamente com a prática do STEAM.
  • Inteligência musical: além de ter um espaço separado para atividades musicais, com isolamento acústico ou computadores com fones de ouvido, essa é uma habilidade que pode ser inserida com facilidade em outras disciplinas. Prova disso são aquelas musiquinhas “chiclete” criadas para que os jovens decorem fórmulas matemáticas. Já diz o ditado, quem canta seus males espanta. Então, cantem! 
  • Inteligência corporal-cinestésica: essa área pode ser combinada com a de inteligência espacial, para assim permitir a realização de atividades físicas.
  • Inteligência interpessoal: dê espaços para as atividades em grupo. Proponha mesas em conjunto para debater, interagir e trabalharem juntos na resolução de problemas.
  • Inteligência intrapessoal: aqui, os jovens podem trabalhar em atividades combinadas com a área linguística. Escrevam sobre si, sobre seus hábitos, sonhos e desejos para o futuro. Nesse meio tempo, essa é uma área que incentiva fortemente o protagonismo juvenil.
  • Inteligência naturalista: à primeira vista e idealmente, deve ser desenvolvida em um espaço externo, mas outras opções incluem separar uma área da sala de aula para terrários vivos, insetários virtuais, carpotecas, mini estufas, entre outras ideias.

Acima de tudo, considerar que existem inteligências múltiplas é enriquecedor para a sala de aula como um todo, afinal, ajuda o educador a entender as dificuldades e facilidades de aprendizagem de seus estudantes e a pensar a melhor forma de atuar sobre elas.

Fonte: A  teoria  das  inteligências  múltiplas  e  suas  contribuições para a educação.

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