O desafio de promover a integração do conhecimento com o protagonismo juvenil na escola

24 de agosto de 2020


Em 2019, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) mostraram que 11,8% dos jovens da faixa etária do Ensino Médio estavam fora da escola. O número representa 1,1 milhão de pessoas. Essa evasão não tem uma causa única, mas perpassa assuntos como currículo desinteressante, processos desatualizados e falta de incentivo à formação profissional. O Novo Ensino Médio, veio justamente para trabalhar sobre essa questão. Sua base é o protagonismo juvenil na escola, que busca estimular os estudantes a fazer escolhas, tomar decisões e se responsabilizar por elas.

Da mesma forma, um dos seus objetivos é promover a integração entre as áreas de conhecimento. Como essas duas temáticas podem convergir e colaborar no processo de ensino-aprendizagem?

Revista Arco43

Entenda o protagonismo juvenil na escola

A aula expositiva coloca o professor no centro das atenções, o que tem suas vantagens em determinados momentos. Mas, ao pensar o protagonismo juvenil na escola, as práticas pedagógicas passam a englobar as exigências do século XXI e a trazer um maior dinamismo nas metodologias. Além de estimularem a criatividade, a comunicação e o uso de variados pontos de vista.

Ou seja, o professor passa a oferecer à turma autonomia, estimulando-os a caminhar sozinhos na busca por informação. Em troca, alcança maior envolvimento de todos envolvidos. Isso significa colocar o docente no papel de mediador dos projetos dos estudantes. É papel desse mediador mostrar os caminhos, mas não é seu papel caminhar por eles.

Formação mais completa

Outro ponto que o protagonismo juvenil na escola agrega, é um maior uso de novas tecnologias e ferramentas. O que dinamiza as aulas e combate o desinteresse de alguns estudantes. Mas é essencial colocar a turma ativa no uso delas, tanto em seu processo individual quanto coletivo. Do contrário o potencial educacional dessas ferramentas tende a ser perdido.

A palavra protagonista tem sua origem no termo francês protagoniste, que deriva do grego protagonistés e significa, em sua etimologia, aquele que combate na primeira fila, que ocupa o primeiro lugar. Nesse sentido, o protagonismo juvenil na escola traz um elemento primordial: a confiança dos estudantes em também ser uma fonte de conhecimento.

É uma tendência, e os números da evasão escolar apontam isso, o jovem acreditar que ele é incapaz de produzir conhecimento qualificado e deve seguir um caminho apenas utilitário para a sociedade. Mas sabemos que não é bem assim, se a sala de aula se tornar um espaço em que todos passem a se ver como provedores de saber, onde possam partilhar e absorver sempre mais, a formação de cidadãos será completa.

Como unir o protagonismo à integração do conhecimento?

Uma das formas de trabalhar o protagonismo juvenil na escola é através da multiplicidade de conhecimento por diferentes componentes curriculares. Por exemplo, em Linguagens e suas Tecnologias o docente pode oportunizar atividades que trabalhem o eu. Como resultado, os estudantes atribuem significados à própria existência e ao mundo em que vivem. Além de buscar autoconhecimento, cooperação e diálogo.

Considerando que área não engloba apenas o ensino de Língua Portuguesa e Inglesa, mas também Arte e Educação Física, uma possibilidade pode ser trabalhar com uma peça de teatro. Os estudantes pesquisam, escrevem, criam dinâmicas corporais e se apresentam. Em contrapartida, além de pensarem suas formações pessoais, trabalham a linguagem corporal e a entendem como ponto relevante para variados aspectos de uma vida.

Em Ciências da Natureza e suas Tecnologias, as oportunidades de trazer o protagonismo juvenil na escola por meio das práticas pedagógicas, extraem-se de atividades que envolvam o comportamento humano, por exemplo. Como funciona o sistema nervoso? Como se dá formação da personalidade de cada indivíduo? Ao trazer os conceitos e explicações científicas, o docente tem a oportunidade de propor tarefas que agreguem as noções pessoais de cada um, seus comportamentos e identificação com as temáticas.

Em Matemática e suas Tecnologias, o protagonismo pode acontecer relacionando a área do conhecimento com a resolução de problemas reais. Como a economia de energia de uma casa, planejamento financeiro, ressignificação de espaços e assim por diante.

Da mesma forma, em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, por que não trabalhar a famosa frase de Rousseau: “O homem nasce bom, e a sociedade o corrompe”, inserida em contextos sociais que os estudantes tragam? Isso é trazer sentido ao conhecimento e mostrar a eles que não é coisa de outro mundo, que vale a pena se empenhar para saber sempre mais.

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